Não, não existe um manual exato, uma macumba certeira e nem mesmo reza de vó que ajude. Decidir a profissão dos seus sonhos requer muita caminhada, experiências e crescimento. Com 17 anos, a gente acha que sabe de tudo, mas, meu caro, a gente não sabe é de nada! Sortudos são aqueles que, já no colegial, optam por uma carreira e acabam seguindo no ramo pelo resto da vida mesmo. Sortudos ou nem tanto, porque é bem legal também ter a possibilidade de mudar de ideia rs. Mas, conheço gente que troca de faculdade muitas vezes, ou então, se forma em algo e passa a trabalhar com coisas completamente contrárias. Amigos, amigos de amigos, namorado de amiga, professores, nossos pais… Todos já passaram por isso. É ERRADO? Claro que não! Explico: com 17 anos, não sabemos definir se gostamos mais do vermelho ou do azul, que dirá o que queremos pro resto de nossas vida, não é mesmo?!
Quando você entra na faculdade, descobre um mundo novo e totalmente diferente daquele que estava acostumado. E não, não me refiro às festas e à bagunça, mas sim ao belo tropeço que damos na vida adulta, nas grandes responsabilidades e na pressão em encontrar um estágio. É nesse momento que você descobre porque sua avó dizia ”Meu filho(a), aproveita enquanto é criança, depois a coisa aperta”. E COMO, NÉ, VOVÓ? É também nesse momento que você entende que a pressa em descobrir o que você quer ser na vida, já no colegial, é perda de tempo. Você mudará de ideia diversas vezes; pode até mudar de curso, de faculdade ou nem chegar a trabalhar com aquilo em que você se formou. O importante nessa caminhada é ir se descobrindo aos poucos, porém sem pressão, estresse ou nervoso. Faça cursos, fique um tempo fora do país, participe de palestras, encontros, workshops e você entenderá que não devemos -e nem precisamos- nos limitar.
Aproveitem a quantidade de conteúdos disponíveis online, valorize as oportunidades que os pais de vocês lhes dão, mas saia da sua zona de conforto! O mundo lá fora é bem mais bonito e ele vai te transformar -para melhor- se você estiver disposta a enfrentar as mudanças. E, no final, quem sabe você consegue decidir ”o que quer ser na vida”.
Não há um manual a ser seguido. O que temos são nossas vidas, dias seguidos uns dos outros e muita coisa pela frente. Não existe ”vida certa”. Existe ”vida nossa”, e essa, cada um constrói a sua. Sem pressa, sem pressão, muita paciência e persistência, ISSO SIM.
Boa sorte aos vestibulandos de plantão e também aos meus amigos, que ainda não sabem dizer porque escolheram a faculdade que estão cursando! A vida é assim mesmo, gente: uma eterna descoberta.
Júlia Groppo, 20 anos, futura jornalista, alma inquieta e sonhadora de primeira. Acredito no poder das palavras e de um bom livro. Escrevo na mesma medida em que respiro e espero poder deixar um pouco de mim por aqui.